Tenho tido a ocasião de acompanhar, com alguma regularidade, a diversidade de atividades levadas a efeito por um muito empenhado rancho folclórico, sediado em meio urbano "vai para" 35 anos. Nunca dei por mal gasto - bem longe disso, aliás! - o tempo despendido a assistir às suas irrepreensíveis exibições, recriações históricas de natureza diversa ou, simplesmente, a ocasionais momentos de convívio e celebração.
Chamem-se "ranchos folclóricos", "ranchos típicos", "grupos folclóricos", "grupos etnográficos", "grupos de danças e cantares" (citando, apenas, as suas designações mais comuns), certo é que tais instituições desempenham um papel insubstituível, no âmbito da preservação das tradições locais e/ou regionais e, desta forma, da memória e identidade coletivas, potencialmente ameaçadas pelo ritmo vertiginoso do "progresso"...
Para além da organização de festivais de folclore e de danças e cantares, estes grupos promovem - um pouco por todo o país, ao longo do ano - feiras (rurais) à moda antiga, arraiais e romarias, desfolhadas e malhadas, lagaradas, matanças do porco, cantares de Janeiras e dos Reis e muitas outras iniciativas, sempre abertas à comunidade. Saibamos aproveitá-las.
Uma nota que se impõe: muitos destes grupos desenvolveram um trabalho notável, junto dos "mais antigos", de registo do cancioneiro tradicional, bem como de lendas, provérbios e dizeres locais. Paralelamente, procedem à recolha e preservação, em espaços museológicos próprios - mais ou menos ambiciosos - de artefactos diversos, caídos em desuso e cada vez mais raros. Nalguns casos, "fariam inveja" a alguns museus mais convencionais...
...a tasquinha, "muito presente" em diversos eventos |
Espigas de milho na eira e uma vassoura de giesta |
O rancho folclórico apresenta-se... |
...e anima a Desfolhada |
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