Todos os anos, em muitos lugares, na noite do dia 30 de abril (em rigor - manda a tradição - antes da meia-noite) para o primeiro dia do mês de maio, colocam-se nas portas e janelas das casas pequenos ramos ou coroas de giestas floridas, relativamente comuns, nesta altura do ano, em muitos terrenos dispersos pelas mais diversas áreas do país.
As Maias (ou, simplesmente, giestas floridas) |
A giesta-brava ou giesta-das-vassouras (Cytisus scoparius), constitui a espécie vegetal mais utilizada entre nós, para este efeito. As suas designações mais comuns traduzem, assim, por um lado, o contexto paisagístico em que a mesma surge (frequentemente, em matos e terrenos baldios), bem como, por outro, aquela que é (era...) uma das suas mais populares utilizações.
As Maias, como também são chamadas nesta altura do ano as giestas floridas (por referência ao mês que se inicia), emprestam às ruas das cidades, vilas e aldeias um colorido alegre e primaveril.
Este costume – em rigor, um ritual, com séculos de existência, partilhando raízes sagradas e profanas – servirá, segundo se afirma, tanto para honrar o amor, saudar a natureza e celebrar o novo ciclo agrário, como para afastar “com sucesso” o Demónio e os “maus-olhados” e esconjurar as forças do Mal.
Este costume – em rigor, um ritual, com séculos de existência, partilhando raízes sagradas e profanas – servirá, segundo se afirma, tanto para honrar o amor, saudar a natureza e celebrar o novo ciclo agrário, como para afastar “com sucesso” o Demónio e os “maus-olhados” e esconjurar as forças do Mal.
Noutras regiões do país, também no primeiro dia do
mês de maio, os mais novos iam (…será que ainda vão?) de casa em casa a cantar
e a pedir dinheiro, levando consigo e enfeitando-se com giestas floridas.
Parece-me oportuno lembrar, também, o facto das giestas, depois de terem sido colhidas pelo pé e deixadas secar à sombra, poderem ser unidas e atadas com vimes, sendo então utilizadas como vassouras, particularmente úteis aos lavradores de antigamente, por exemplo, para a limpeza das eiras e para a recolha do grão aí disperso, após a realização das desfolhadas e das malhadas tradicionais. Também esta interessante serventia doméstica dada às giestas terá caído em flagrante desuso. Como em tantas outras situações, a primazia rapidamente atribuída (notoriamente, desde meados do século XX) aos artigos produzidos pelas mais variadas e modernas indústrias – disponibilizados aos consumidores, a um custo atrativo – viria a resultar no quase total desaparecimento de um amplo leque de artefactos, afetos às mais variadas funções. No caso vertente, as vassouras de piaçaba e, posteriormente, as vassouras plásticas, ditaram o fim do recurso às giestas para a produção artesanal deste instrumento de trabalho da maior utilidade.
Mudam-se os tempos...
Parece-me oportuno lembrar, também, o facto das giestas, depois de terem sido colhidas pelo pé e deixadas secar à sombra, poderem ser unidas e atadas com vimes, sendo então utilizadas como vassouras, particularmente úteis aos lavradores de antigamente, por exemplo, para a limpeza das eiras e para a recolha do grão aí disperso, após a realização das desfolhadas e das malhadas tradicionais. Também esta interessante serventia doméstica dada às giestas terá caído em flagrante desuso. Como em tantas outras situações, a primazia rapidamente atribuída (notoriamente, desde meados do século XX) aos artigos produzidos pelas mais variadas e modernas indústrias – disponibilizados aos consumidores, a um custo atrativo – viria a resultar no quase total desaparecimento de um amplo leque de artefactos, afetos às mais variadas funções. No caso vertente, as vassouras de piaçaba e, posteriormente, as vassouras plásticas, ditaram o fim do recurso às giestas para a produção artesanal deste instrumento de trabalho da maior utilidade.
Mudam-se os tempos...
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