Um caramanchão constitui uma elemento arquitetónico peculiar, simples na sua conceção e outrora relativamente comum em determinados espaços ao ar livre - quer públicos, quer privados - tendo tanto de decorativo, quanto de funcional (se é que se lhe pode atribuir especial serventia...). Podendo revestir-se de vegetação diversa - com predomínio para determinadas espécies arbustivas e trepadeiras - são (eram...) construídos ora em pedra, ora em ferro, cimento ou madeira. Servem (serviam...) para proporcionar um local aprazível para recreação, descanso, abrigo ou encontro(s)...
Os "ditames do progresso" levaram a que tais elementos, próprios de outros tempos - esses sim, plenos de romantismo e, seguramente, marcados por outros ritmos e quotidianos bem mais salutares - fossem gradualmente banidos das nossas paisagens. Restarão uns quantos (?) exemplares bastante dispersos, ora mais escondidos, ora mais maltratados.
As imagens aqui apresentadas expõem um interessante caramanchão - pouco utilizado, como quase todos - existente na antiga Quinta de Cima (lugar da Igreja Velha, S. Mamede de Infesta), posteriormente conhecida por Quinta de Honório de Lima, já que o seu mais afamado proprietário foi Eduardo Honório de Lima (1856-1939), figura prestigiada da cidade do Porto, comerciante e industrial proeminente e apreciador das artes e do bel canto.
Neste espaço se viria a instalar posteriormente o Parque Urbano de S. Mamede de Infesta e, ainda, um complexo de piscinas municipais.
E o caramanchão "lá está", no extremo do seu parque de estacionamento automóvel e atrás de um extenso conjunto de painéis solares fotovoltaicos.
Perspetiva geral do caramanchão, com estrutura em cimento armado, assente numa base hexagonal de pedra e cimento. |
Pormenor da base do caramanchão e do pequeno "trilho" que o circunda, de inclinação suave, permitindo aceder ao seu interior. |
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