Arte e Natureza no espaço urbano

Arte e Natureza no espaço urbano

quinta-feira, 2 de julho de 2015

IV Feira do Livro de Mafamude (Vila Nova de Gaia)

É bom constatar o dinamismo que se regista em diversos locais, no quadro da realização dos mais variados eventos de natureza cultural que animam as agendas, mais ou menos preenchidas, de diferentes municípios e freguesias. 
É (também) assim que se leva mais longe o conhecimento dos lugares, dos distintos aspetos patrimoniais (de expressão local ou regional) e se pode testemunhar o empenhado (e, de certa forma, orgulhoso) "bairrismo" das gentes deste país. 
A cultura deve propagar-se "todos os dias", mediante a realização, tanto quanto possível, de eventos abertos à comunidade, expondo-se aos olhos de todos em espaços públicos, naturalmente convidativos. 
E o verão será, desta forma, um período adequado à concretização de tal desígnio. 
Deixo-vos com a sugestão de um programa possível, para ocuparem alguns momentos de lazer no corrente mês de julho. 
Sinto-me honrado - devo afirmá-lo - por ter sido convidado a participar de forma ativa naquele que será um dos dois dias (sábados) reservados à literatura infantojuvenil. Será no próximo dia 11, pelas 14.30 h. 


Permito-me sugerir, como "complemento" à visita à Feira do Livro em causa, uma outra visita: à igreja paroquial de Mafamude, um templo católico com traça de meados do século XVIII, possuindo um interessante Cristo Jazente, da autoria do escultor Soares dos Reis, venerado junto ao Altar das Almas, bem como painéis e azulejos artísticos de Teixeira Lopes, datados de 1909. 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

"À Descoberta dos Lugares", a Educação Patrimonial sob a forma de livro juvenil

A Educação Patrimonial deverá - de acordo com os seus objetivos - sensibilizar os cidadãos, designadamente os mais jovens, para a importância do conhecimento, valorização e proteção do Património, nas suas múltiplas vertentes, contribuindo assim para a sua formação integral, na ótica da promoção de uma cidadania ativa e responsável. 
Neste contexto, considera-se uma importante mais-valia a promoção do contacto dos jovens com informação vária referente aos mais distintos elementos patrimoniais (de expressão diversa), sejam eles de âmbito local, regional ou nacional. Entre estes elementos contam-se, seguramente, os que se reportam ao património natural, ao património arquitetónico (civil, militar, religioso...), ao património linguístico, aos saberes, artes e ofícios ou, ainda, às tradições e festividades, entre outros. 
A concretização da Educação Patrimonial passará, necessariamente, pela utilização de diversos instrumentos e estratégias de dinamização de atividades lúdico-pedagógicas, para as quais o livro que aqui publicito poderá contribuir positivamente. 

Assim, deixo-vos com a informação-convite referente ao lançamento do livro À Descoberta dos Lugares, de minha autoria, à venda a partir de 7 de junho em boas livrarias. 


Sinopse:

"Miguel é o protagonista desta estória. Vive em Vila Grande, uma localidade imaginária, mas que podia ser bem real, idêntica a muitas vilas grandes (ou cidades pequenas…) existentes no nosso país. Mora com os seus pais e irmã – Afonso, Margarida e Rita, respetivamente – e está a concluir, com êxito, o primeiro ciclo do Ensino Básico.

As férias grandes que se aproximam prometem ser divertidas e enriquecedoras. Com efeito, Miguel, influenciado pelo pai, começa a gostar cada vez mais de aprender coisas novas sobre o seu país e, sobretudo, de visitar locais para ele até então desconhecidos. Por tal motivo, onde quer que vá, envolve-se na descoberta dos lugares…"

Mediante contacto com o autor ou com a Editorial Novembro, poderão ser agendadas apresentações deste livro. 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

FÁTIMA, cidade de devoção, santuário e altar do Mundo.

Algum dia teria que escrever sobre Fátima. Ninguém pode ficar indiferente à assombrosa expressão de fé e de devoção que Fátima evidencia ao longo do ano, particularmente entre os meses de maio a outubro, ao evocarem-se as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos, ocorridas no ano de 1917. 
Seja-se ou não católico, não se poderá ignorar a extraordinária dimensão - física e espiritual - das peregrinações dirigidas ao santuário mariano aqui estabelecido. E isto será, também, seguramente, Património, Memória e Identidade. 
Os múltiplos testemunhos de peregrinos que, por esta altura, nos chegam a casa através dos mais diversos meios de comunicação social, permitem-nos, de certa forma, "tomar o pulso" a um país que - embora, talvez, já não tão "profundamente católico" - sabe agarrar-se como poucos às suas mais íntimas convicções. E, quanto à fé, cada um tem a sua. Um estudo recentemente divulgado, aliás, revelou que um pouco mais de 50% dos portugueses participa numa missa católica, pelo menos, uma vez por semana.
Devo "confessar" que também eu, que nunca fiz qualquer peregrinação a pé até Fátima, senti uma atmosfera especial, serena e apaziguadora, aquando das minhas ocasionais incursões ao santuário, em dias pouco frequentados por devotos e/ou turistas das mais distintas proveniências. 

Deixo-vos uma imagem do santuário, na sua noite maior, a do dia 12 de maio de cada ano, aquando da realização de uma das suas mais emblemáticas celebrações eucarísticas. 


E convido-vos, também, a escutarem o tema "Miraculosa Rainha do Céu", 
pela voz, absolutamente única e expressiva, de Isabel Silvestre.  

 


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A casa mais invulgar da Avenida do Brasil (Nevogilde, Porto)

Perspetiva geral da Casa Manuelina
(Av. do Brasil, 777  4150-154 PORTO)
Desde há décadas que me perturba o facto de se encontrar em estado de abandono e acentuada degradação aquela que é, seguramente (para muitos, pelo menos), a casa mais invulgar da marginal atlântica portuense. E que pena é que assim seja. 
Este interessante exemplar de arquitetura civil, conhecido por diferentes designações - Casa do Relógio de Sol, Casa Manuelina ou, ainda, Palacete Manuelino - remonta aos inícios do século XX, marcados na historia local pelo crescente protagonismo e rápida expansão da Foz do Douro como uma das áreas mais privilegiadas e cobiçadas para fixação de residência por parte de algumas das famílias mais abastadas da burguesia portuense. 
Neste contexto, sob encomenda de Artur Jorge Guimarães, Capitão de Artilharia e conhecido republicano portuense, este imponente imóvel de quatro pisos seria aqui erguido (na então denominada Avenida de Carreiros) entre os anos de 1910 e 1911, nele se evidenciando numerosos elementos exteriores de cariz nacionalista e neomanuelino. 
O projeto da casa é atribuído ao arquiteto José Teixeira Lopes, filho de José Joaquim Teixeira Lopes e irmão de António Teixeira Lopes, ambos escultores de renome. 
A degradação do imóvel tem causas conhecidas, que apresentarei sucintamente: após ter ficado viúva, Beatriz Guimarães, esposa do Artur Guimarães, vai viver para fora do Porto, abandonando a casa (até então) do casal, a qual passa, posteriormente, para a posse dos seus herdeiros - uma filha e três netos; na sequência do 25 de abril de 1974, a casa foi ilegalmente ocupada por um sapateiro, o qual, sem quaisquer escrúpulos, viria a apropriar-se de todo o seu recheio; quando a família retomou a posse efetiva da casa (há mais de quinze anos), já a mesma se encontrava praticamente no estado atual e despida de tudo quanto havia no seu interior, entre elementos decorativos diversos e mobiliário de época; depois sucederam-se as intrusões por parte de toxicodependentes, sem-abrigo, "vândalos" de ocasião, etc. 
Subsiste o quadro que todos vemos, ao passarmos pelo n.º 777 da Avenida do Brasil. 
Nos últimos anos destaca-se a placa que anuncia a venda do imóvel. Não sei quanto custará o mesmo. Não deverá estar ao alcance de muitos, já que está em causa a venda de um terreno com uma localização excecional - com acesso, também, pelas "traseiras" da casa, através da Rua de Gondarém, n.º 729 - não possuindo o imóvel qualquer estatuto legal de proteção, o que abre portas a muitos desfechos... Com efeito, em 2008 foi encerrado o respetivo processo de apreciação com vista à eventual classificação da casa por parte do IPPAR / IGESPAR, determinando-se assim, definitivamente, a sua situação de incontornável vulnerabilidade. Como se não bastasse a flagrante descaracterização da sua imediata envolvente... 
Perspetiva do torreão da casa, definindo
o seu 4.º piso, de planta quadrada. 
Perspetiva do emblemático relógio de sol,
implantado no ângulo sul do torreão.

Perspetiva da guarda do alpendre, em pedra talhada, no 1.º piso. 

Pormenor de um dos vários painéis de azulejos (em azul e branco) que
a casa exibe, com motivos alusivos à temática dos Descobrimentos. 
Perspetiva do acesso à casa pela Rua de Gondarém: um
discreto portão e um estreito logradouro, conduzindo
até ao imóvel  implantado à face da Avenida do Brasil. 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

"Estão aí", de novo, as Jornadas Europeias do Património

Decorrendo de uma iniciativa conjunta do Conselho da Europa e da Comissão Europeia, realizam-se todos os anos, (desde 1987), em setembro, as Jornadas Europeias do Património. 
Esta ampla iniciativa anual, envolvendo os 50 Estados signatários da Convenção Cultural Europeia, tem por objetivo chamar a atenção dos cidadão europeus para a diversidade e riqueza dos bens culturais, promovendo - entre outros aspetos - a abertura de espaços e edifícios históricos habitualmente fechados ao público.
Este ano, as Jornadas são subordinadas ao tema "Património, sempre uma descoberta".
Neste contexto, permito-me destacar as iniciativas levadas a efeito, neste âmbito, na freguesia de Paranhos (Porto), designadamente pelo facto de aí ter vindo a prestar o meu contributo, desde há alguns anos, na qualidade de dinamizador de algumas das ações que compõem o programa anual das sucessivas edições do evento em causa.
Ainda nesta ótica, não poderá deixar de se registar o manifesto empenho da autarquia local na definição / concretização do programa das JEP na freguesia.
Assim, no corrente ano, saliento a realização de duas atividades, em Paranhos:
- Dia 27 de setembro (sábado), pelas 15.00 h, inauguração da Exposição de Fotografia "Paranhos, ontem e hoje: os lugares e os caminhos das águas" - Uma mostra de imagens diversificadas referentes às linhas de água que atravessavam a freguesia, bem como às estruturas concebidas para possibilitar a sua melhor utilização por parte da população.
- Dias 29 e 30 de setembro (2.ª e 3.ª feiras), pelas 10.00 h, 11.30 h, 14.00 h e 15.30 h, visitas guiadas ao Manancial de Paranhos (cisternas subterrâneas, sob o Jardim de Arca d'Água), normalmente fechado ao público e aberto excecionalmente nesta ocasião. A participação nestas visitas carece de inscrição prévia na Casa da Cultura de Paranhos (no Largo do Campo Lindo).
Ambas as iniciativas, a não perder.

Cartaz oficial das JEP 2014

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A façanha do energúmeno alcoolizado

A estátua de D. Afonso Henriques, após o ato de vandalismo
em causa (imagem retirada de www.jn.pt)
Na madrugada do passado sábado (dia 30 de agosto), em Guimarães, um indivíduo alcoolizado, integrando um grupo de jovens não muito numeroso, terá subido ao topo da estátua do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, instalada junto ao Paço dos Duques de Bragança.
Como se tal já não fosse, por si só, grave e impróprio de gente civilizada, o indivíduo optaria por se pendurar na espada da referida estátua de D. Afonso Henriques, feita em bronze, quebrando-a. Ato ilícito, lamentável e estúpido, próprio de gente pouco qualificada. Afirmam vários moradores da cidade que o indivíduo se exibia pelas principais avenidas do velho burgo, com a espada partida em punho, gritando a plenos pulmões: "Eu é que sou o rei!". A PSP encontrou-o e deteve-o, ainda nessa madrugada. 
Foi ontem presente a juiz e constituído arguido, tendo-lhe sido imposta pelo Tribunal de Guimarães a medida de coação de termo de identidade e residência, enquanto aguarda a marcação do respetivo julgamento.
Após esta audiência, saiu do Tribunal, correndo feito um louco. Bem vistas as coisas...
Tiago Freitas, 26 anos, autor confesso do ato de vandalismo, à
saída do Tribunal de Guimarães (imagem retirada de www.jn.pt)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A Romaria da Senhora D'Agonia, a "Rainha das Romarias de Portugal"

Cartaz oficial das Festas da Senhora da Agonia 2014
Estão aí as Festas da Senhora da Agonia, desta feita agendadas para os dias 20 a 24 de agosto. O programa deste ano é ambicioso e diversificado, como sempre tem sido, aliás. Viana do Castelo "não faz por menos", procurando manter a qualidade a que desde há muito nos habituou, no que diz respeito ao cartaz de iniciativas integradas na sua festa maior, com início no dia da Senhora da Agonia (celebrado a 20 de agosto), muito justamente tornado feriado local desde 1783. 
São milhares os residentes e forasteiros que se encontram nas ruas da cidade por estes dias festivos, marcando presença nos diversos eventos, quer religiosos, quer de índole "mais profana". A devoção à Senhora da Agonia ocorre desde o ano de 1751, após a entrada da respetiva imagem na Capela do Bom Jesus. Ao longo dos anos, o programa oficial destas festas viria a incluir cada vez mais componentes, tornando-se verdadeiro cartaz e símbolo da região, aliando a religiosidade e a tradição requeridas pelos romeiros a um amplo conjunto de elementos de raiz popular, mais do agrado dos foliões minhotos e dos muitos visitantes da região por esta ocasião. 
Diria que "há de tudo, para (quase) todos os gostos". 
Do programa das Festas deste ano, permito-me destacar a emblemática Procissão do Mar (dia 20), o Festival Náutico (dia 21), o Desfile da Mordomia (dia 22), o Cortejo Etnográfico (dia 23) ou, ainda, a Procissão Solene da Senhora da Agonia (dia 24). Mas muito mais há para ver, acreditem.  
... Se ainda não fomos, havemos de ir a Viana. Logo que possamos, claro está. 

Coleção de 20 pacotes de açucar, alusivos à Romaria da Senhora da Agonia, produzidos pela Delta Cafés (2014).
Uma das várias edições de pacotes de açucar que - desta como doutras empresas - têm contribuído para a divulgação de elementos patrimoniais diversos. Um exemplo a registar e a copiar.