Arte e Natureza no espaço urbano

Arte e Natureza no espaço urbano

quinta-feira, 8 de maio de 2014

A "quase" Capela do Espírito Santo

Ocasionalmente, os elementos patrimoniais arquitetónicos que se expõem "aqui e acolá" levam-nos a questionar "milhentas" coisas: Quem determinou a sua construção? Quem ou que entidade os pagou? Com que objetivo(s) foram construídos? Quem os ergueu? Que funções e relevância tiveram? Quais as razões do estado em que se encontram? Qual poderá ser o seu futuro?... 
Esta breve introdução justifica-se - para mim, bem entendido - pelas interrogações (e - devo confessá-lo - pela profusão de sentimentos, até) suscitadas pela visita às ruínas daquela que é (sem nunca o ter chegado a ser, segundo se afirma) a Capela do Espírito Santo, implantada a meia encosta da Serra da Gávea, a escassos 10 minutos do Centro Histórico de Vila Nova de Cerveira. 
Dela subsistem, apenas e objetivamente, o pórtico de entrada, na sua fachada frontal, e dois curtos alinhamentos em pedra granítica, indiciando as suas paredes laterais nunca erguidas. Juntos, emprestam uma enigmática beleza ao local, convidando à reflexão sobre o carácter efémero das coisas e sobre as vicissitudes da vontade dos Homens. 
Sobre este local, diz-nos o Professor Doutor Carlos Brochado de Almeida: "...numa das curvas da montanha, sobranceiro à vila, lá está o Monte do Espírito Santo com o portal da capela, nunca concluída, e vestígios de uma ocupação que remontará à Idade do Bronze..."
Com efeito, observadas a partir da vila - "cá" em baixo, junto ao rio Minho - as ruínas da capela e, particularmente, o pórtico que nelas se destaca, definem a silhueta da serra e despertam a curiosidade de muitos. 
No local - com uma vista soberba sobre o rio e o mar, ao longe - despertam em alguns a vontade de aí ficar algum tempo e, porventura, aguardar o pôr-do-sol. Entendemos porquê. 
Capela do Espírito Santo: perspetiva do exterior; fachada frontal. 
Capela do Espírito Santo: perspetiva do "interior". Ao fundo, o Rio Minho e Espanha. 
Capela do Espírito Santo: pormenor da cantaria;
inscrições nas pedras que definem o ângulo sul da fachada frontal. 

2 comentários:

  1. Muito obrigado por este post. Já fui à capela inacabada e nunca encontrei informação sobre a mesma.

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  2. Também agradeço esta sua publicação. Ontem estive lá pela primeira vez. Fui com a minha família e amigos e foi uma descoberta magnífica. Ao pôr-do-sol.
    Vistas deslumbrantes. Ainda gostámos mais do que as alcançadas no miradouro do Cervo.
    Todos nos interrogámos sobre os motivos da ruína. Que lendas lhe estariam associadas.
    Pelos vistos nunca foi acabada...
    Obrigada.
    Carla Ribeiro

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